sexta-feira, 14 de outubro de 2011

conto II

Tempo

Ela era mais velha que ele talvez 2 ou 3 anos (não sou boa com contas), e ele era tão mais menino do que aparentava e mesmo assim ela gostava dele. A amizade nasceu de uma conversar em um dia quente de verão na praia, foram apresentados e nunca mais se largaram. Eram um estilo de melhores amigos um tanto diferente.

Os anos foram se passando e ela mais atenta aos detalhes percebia o quanto ele mudava e ele tão desligado raramente percebia quando ela cortava o cabelo, e mesmo assim ela gostava dele. Tiveram o primeiro beijo, a primeira transa e compartilharam juntos os momentos felizes e triste um do outro.

O curso da vida mudou depois dos 18 anos dela e que por sinal eram os 16 dele. Ela foi pra faculdade, arrumou um namorado e viajou pra vários lugares, nunca parava agitada pela vida mesmo assim ela ainda gostava dele que ficou na escola, pegou geral e sonhava em jogar bola. A distancia foi inevitável.

Agora ele com 18 anos decidido em ir atrás de tudo que achava que perdeu. Então liga pra um antigo numero anotado em um caderno velho de 1900 e lá vai fumaça. O telefone começa a chamar, uma voz mansa e infantil atende, ele respira fundo e pergunta: 

- A Clara esta? 
- Estou sim, Edu!
Um suspiro de medo, felicidade e receio passam de um lado do fone para o outro.

- Esta tudo bem, Eduardo?
- Acho que não Ana Clara.
- O que houve?
- Me senti vazio sem você.
- Depois de todos esses anos?
- Antes tarde do que mais tarde.
- Ditado errado.
Outro suspiro, um bem mais tranquilo.

- Preciso de você.
Ouve um silencio.

- Ouviu? Preciso de você Ana. Preciso muito.
- Como eu ensaiei o que dizer nessa situação.
- Não precisa ser perfeito, precisa ser nosso. Eu preciso de você.
- Eu também preciso de você.

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